Nesta quinta-feira (11), o bitcoin (BTC) retoma sua trajetória de alta e ultrapassa a marca dos US$ 70 mil, adentrando uma zona de preços que tem enfrentado considerável pressão de venda. A criptomoeda, que alcançou sua máxima histórica em 14 de março, chegando a US$ 73.835, agora encara esse valor como uma resistência significativa.
Essa valorização acontece mesmo em meio a uma nova investida da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), que emitiu um alerta indicando a possibilidade de processar a exchange descentralizada Uniswap, uma das mais populares na rede Ethereum.
No que diz respeito aos fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin nas bolsas americanas, o saldo líquido entre depósitos e saques voltou a se tornar positivo após dois dias de predominância na zeragem de posições. Registrou-se um total de US$ 123,7 milhões em entradas líquidas nos fundos, com destaque para o GBTC, trust transformado em ETF da Grayscale, que teve o dia com o menor fluxo de saídas do mês de abril, registrando um saldo líquido negativo de “apenas” US$ 17,5 milhões.
Por volta das 9h39 (horário de Brasília), o bitcoin registra uma alta de 4,5% nas últimas 24 horas, sendo cotado a US$ 70.710. Enquanto isso, o ether (ETH), moeda digital da rede Ethereum, também apresenta ganhos de 4%, atingindo US$ 3.561, de acordo com dados do CoinGecko. O valor de mercado total de todas as criptomoedas do mundo alcança US$ 2,74 trilhões.
Dentre as altcoins, a solana (SOL) avança 4,7%, alcançando US$ 172,57, o BNB (token da Binance Smart Chain) registra ganhos de 3,8%, atingindo US$ 600,14, e a avalanche (AVAX) tem uma alta de 1,4%, cotada a US$ 46,49.
André Franco, head de análise do MB, destaca que o volume acumulado de transações dos ETFs de BTC à vista superou os US$ 200 bilhões em menos de três meses após a aprovação pela SEC. Esse dado compensa o pessimismo inicial dos investidores causado pelo CPI dos EUA, que apresentou um crescimento de 0,4% em março, acima da expectativa mediana dos economistas de 0,3%.
Para Franco, esse marco no volume de negociações dos ETFs é interessante, pois atrai outras instituições para permitir que seus clientes negociem esse ativo. Isso, por sua vez, ajuda a disseminar e financiar o bitcoin com recursos de diferentes fontes bancárias. É importante observar que Hong Kong está próxima de se tornar a primeira região da Ásia a aprovar seus próprios ETFs de bitcoin à vista.
Por fim, Semir Gabeljic, diretor de formação de capital na Pythagoras Investments, observou que o bitcoin demonstrou resiliência diante de um CPI “hawkish”, e os mercados de ativos de risco já estão precificando dois cortes, e não três, nas taxas de juros dos EUA ao longo de 2024.