O termo “halving” tornou-se uma presença constante em discussões sobre o mercado de criptomoedas, especialmente quando se trata da rentabilidade do bitcoin no curto e médio prazos.
Em termos simples, o halving é um evento que ocorre a cada quatro anos e reduz pela metade a taxa de emissão de novos bitcoins, controlando assim a oferta do ativo no mercado. Dos 21 milhões de bitcoins previstos para serem emitidos, mais de 93,6% já estão em circulação.
Este ano marca o quarto halving na história do bitcoin, programado para ocorrer por volta do dia 24 de abril com a identificação do bloco de número 840.000. Após esse evento, estão programados mais 30 halvings, até o ano de 2140, quando o último bitcoin será minerado.
Historicamente, os halvings têm sido seguidos por fortes valorizações do bitcoin. No entanto, há controvérsias sobre a expectativa de que o halving deste ano traga um aumento exponencial no preço da criptomoeda.
José Gabriel Bernardes, sócio da Fuse Capital, destaca que, embora o bitcoin tenha subido 500% após o halving de 2020, é improvável que esse aumento se repita. Ele ressalta que o bitcoin já é um ativo estabelecido, com uma capitalização de mercado considerável.
Apesar das especulações sobre o impacto positivo do halving no preço do bitcoin devido à redução da oferta, não há evidências concretas que sustentem essa teoria diretamente, aponta João Marco Cunha, diretor de gestão da Hashdex.
André Portilho, chefe de ativos digitais do BTG, acredita que o halving deste ano terá um impacto marginal devido ao volume já existente no mercado. Ele destaca que a demanda é mais relevante para o preço do que a oferta.
Valter Rebelo, chefe de ativos digitais da Empiricus Research, enfatiza que o desempenho do bitcoin está correlacionado à liquidez do mercado e às políticas monetárias dos bancos centrais, mais do que ao halving em si.
Fábio Plein, diretor regional da Coinbase no Brasil, observa que a introdução de ETFs de bitcoin nos EUA mudou a dinâmica do mercado, trazendo um fluxo constante de dinheiro, o que afeta a relação entre oferta e demanda.
André Franco, analista-chefe do MB, destaca que a expectativa em torno do halving aumenta a exposição do bitcoin, tanto de investidores individuais quanto institucionais.
No final das contas, o halving, que está a aproximadamente um mês de distância, será o teste final para determinar o impacto desse evento no mercado de criptomoedas.