O bitcoin (BTC) enfrenta uma queda nesta quarta-feira (17), continuando o movimento negativo desencadeado por um ambiente macroeconômico adverso. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, expressou preocupação com a inflação nos Estados Unidos, afirmando que está demorando mais do que o esperado para atingir a meta de 2% ao ano, e indicou que o corte de juros pode ser postergado.
Essas sinalizações, mais inclinadas a manter os juros elevados para conter a inflação, combinam-se com as tensões geopolíticas após o ataque do Irã a Israel, criando um cenário de aversão ao risco exacerbada.
Nos últimos três pregões, os fundos negociados em bolsa (ETFs) à vista de bitcoin operaram com saldo líquido negativo, com saques superando os depósitos em US$ 58 milhões. O GBTC, trust transformado em ETF da Grayscale, registrou saídas líquidas de US$ 79,4 milhões.
Por volta das 9h49 (horário de Brasília), o bitcoin apresenta queda de 1,1%, cotado a US$ 62.290, enquanto o ether, moeda digital da rede Ethereum, registra perdas de 1,6%, chegando a US$ 3.026, segundo dados do CoinGecko. O valor de mercado total de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,37 trilhões.
Em relação às altcoins, a solana (SOL) cai 1,4% a US$ 131,83, o BNB (token da Binance Smart Chain) recua 0,9% a US$ 536,19 e a avalanche (AVAX) tem queda de 2,6% a US$ 33,54.
Tasso Lago, especialista em criptomoedas e fundador da Financial Move, destaca que o mercado já esperava a postura de Powell em manter as taxas de juros mais altas, considerando os dados de emprego e inflação. Ele projeta um possível cenário de correção para o bitcoin, com valores entre US$ 50 mil e US$ 52 mil no pior caso dessa queda.
A apenas dois dias do halving do bitcoin, evento que reduz pela metade a recompensa em criptomoedas para os mineradores, o movimento pré-halving se intensifica, com investidores segurando mais seus BTCs até entender a direção dos preços, embora o halving não tenha um efeito imediato na oferta do ativo, conforme afirma Beto Fernandes, analista da Foxbit.
André Franco, head de análise do MB, observa que a resistência gráfica dos US$ 63 mil para o bitcoin está sendo testada há vários dias, mas sugere uma probabilidade maior de retorno da criptomoeda aos patamares anteriores. Ele ressalta que, mesmo em caso de queda, existe uma resistência em torno dos US$ 58 mil, mantendo um cenário otimista para o ativo.